terça-feira, 29 de julho de 2008

Ultra trail no Principado





Andorra


Um sprint pelas montanhas do Principado de Andorra !?! Este território dos Pirinéus pode não ser muito grande, mas é possivel andar pelas montanhas durante vários dias sem nos cruzar-mos com a civilização. O GRP, é uma grande rota que dá a volta a Andorra pelas montanhas, junto das fronteiras com os países vizinhos. Este caminho cruza-se com outros, como o GR7 e GR11 que vêem de Espanha e França, mas o GRP é exclusivo de Andorra e está relativamente bem marcado.

Escolhi-o para a minha travessia e quis fazê-lo no menor tempo possivel, mas sem os sacrifícios de uma prova … (dias antes tinha sido corrida o ‘km vertical’, uma prova de montanha). Calculei 4 dias para o percorrer em autonomia total, tendo em conta que não tinha assistência. Transportaria tudo o que pudesse necessitar numa pequena mochila. Cerca de 10 kg pesava no primeiro dia, o que já me limitava bastante a velocidade.

Demorei, afinal, 33h40’ (3 dias, 8-10.07.08), sem prescindir de oito horas diárias de sono, nos refugios pelo caminho. Encontram-se 26 no total, mas apenas um é pago. Os outros são tectos com beliches …!!! Claro, não necessitei de usar mais do que dois. Corrí mais de 90 km (o GRP completo pode ter 105 km, se iniciado junto à fronteira). Eu comecei em Escaldes, por uma questão logística, tendo deixado a minha viatura em La Massana, onde acabei o percurso (a partir daqui terminam os caminhos e não há ligação a Escaldes, a cerca de 4 km, nem ao inicio do GRP, na fronteira).

Calculei um desnível positivo acumulado de 6.980 metros, sendo de 2.820m a altitude máxima atingida (1.050m a mínima, no meu ponto de partida). Noutras 5 ocasiões atingi os 2.600 metros (uma vez, os 2.700m). O desnível máximo contínuo foi de 1.770m, exactamente no primeiro dia (que terminou em Grau Roig).

Apenas trotei nas partes planas e nas descidas com piso seguro. Por 3 vezes atravessei pequenos lençois de neve. Devo ter avistado umas 20 pessoas, mas apenas me cruzei com 5. Avistei sim, várias marmotas, cavalos e águias. Não transportei frontal, bússola ou máquina fotográfica. Mas consegui algumas fotografias perto de pontos de passagem do GRP, que podem ajudar a transmitir a beleza de toda aquela paisagem.


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